Perda Gestacional
- Renata Lessa

- 10 de set. de 2020
- 2 min de leitura
O período de gestação e de puerpério são de grande vulnerabilidade para muitas mulheres. Conversando recentemente com uma amiga sobre a temática, me atentei para conversarmos mais sobre as mulheres que perderam seus bebês por conta de morte fetal ou de abortos espontâneos.
O luto gestacional é um fenômeno que acompanha a grande maioria das mulheres, principalmente na tentativa do primeiro(a) filho(a). Dizer que as mulheres que tentam engravidar estão suscetíveis a perdas durante a gestação não é o mesmo que dizer que elas não devam sofrer por isso. Falas como “mas pelo menos foi no começo”, “ainda bem que não foi depois de nascer” ou ainda “em breve você terá outro bebê” não minimizam a dor. Para além da gestação, existem expectativas, planejamentos, afetos e uma história singular de cada pessoa e de cada família.
Por isso, estejamos atentos em não reproduzir uma cultura de “hierarquia” de luto, no qual uma perda, como a gestacional, de forma precoce ou tardia, seja negligenciada ou impedida de ser vivida.
Eu compreendo que muitas vezes é difícil falar sobre luto, perda e morte, e que podemos acabar optando por expressões e justificativas para não acessarmos aquele conteúdo e principalmente na intenção de que o outro não se sinta mais triste.
A mãe, casal ou família precisam de espaço para falar sobre seus sentimentos e viver sua perda. Neste período, é fundamental haver respeito em fazer aquilo que se necessita: se não quiser comer, se não quiser falar, se sentir vontade de chorar ou de ficar mais reservado(a).
Para familiares e amigos, não existe uma regra do que dizer ou fazer, mas se for possível, realize uma escuta ativa e pergunte como você pode ajudar.
Vamos continuar falando sobre isso?
Renata Lessa
CRP 11/07968
Fortaleza-Ce





Comentários